sábado, 18 de agosto de 2007

Por Terras de Santa Maria da Feira.. Fornos - S.Salvador de Fornos





Prezado Pároco de Fornos
Santa Maria da Feira
Nascido a 5 de Dezembro de 1935
Ordenação Sacerdotal a 3 de Agosto de 1959
Pároco de Fornos e Sanfins



FORNOS
Esta freguesia, do título de S. Salvador, dum nome comum no País, colocada a sudeste da vila, aparece no Censual da Mitra, no meado do séc. XVI, como sendo o seu pároco da apresentação do mosteiro de Sta Clara de Vila do Conde; porém, no séc. XVIII, em alternativa do sumo-pontífice e do bispo.

IGREJA PAROQUIAL
Titular, S. Salvador,
Volta a fachada a nascente. No alto lê-se a data de 1739. Ampla relativamente à população, é exemplar de atender na arquitectura rural da primeira metade do séc.XVIII, posto que não iguale certas outras regionais.
Além do corpo e da capela-mor tem a cada lado desta sua sacristia cujas esquinas e linhas superiores das paredes se vincam de cantarias, pináculos e cruzes.

A frontaria -- delimitada pelas pilastras dos cunhais, forte cornija na base da empena e cimalha direita a debruar esta — coordena na vertical a porta acompanhada de pilastras com entablamento, a larga janela do coro que emerge dentre os ramos do frontão daquela, o decorado nicho que sobe além do vértice da empena, rematando na cruz terminal. Torre à esquerda, de fortes cimalhas, gárgulas cilíndricas nos ângulos da do alto, cobertura hemisférica.
Além dessa porta principal, há duas travessas, opostas, sensivelmente a meio, janelas, uma acima de cada porta e outra entre os arcos dos flancos e os ângulos dos ombros.
Todos esses vãos, rectangulares.
Simples o arco cruzeiro. Dois pequenos, retabulares, cavados nos flancos. O arco do coro-alto é abatido e de pedra; completando o conjunto dois pequenos arcos no sub-coro, o da direita para pequeno retábulo, dando o outro para o baptistério. Fica este na base da torre e é abobadado em curva inteira.
Implantam-se os púlpitos logo acima das portas. Dá-lhes acesso escada na espessura da parede, com entrada pelo vão das portas travessas. São de bacia de pedra, suportada por mísula; as guardas, de balaústres torneados, da época geral.
Abaixo das portas cortam-se nas paredes os espaços rectangulares dos confessionários, simples como portas utilitárias.
Patamar alto, com escada encaixada a meio, nas partes laterais decorado de temas de jóias, destaca a altar-mor.
O alto das paredes internas da capela-mor é corrido de cimalha de pedra, em forma de entablamento com avanço marcados por mísulas no friso.
Os tectos são em estuque.
Ao lado dos altares colaterais cavam-se na parede pequenas credencias rectangulares ornadas no alto e na repisa de modestos ornatos, como frequentemente se encontram nos postigos das capelas do tempo.
A pia baptismal é decorada de gomos salientes. São lisos e simples os benedictérios.
Os batentes internos das sacristias são ainda de almofadados antigos, às lisonjas.
Os retábulos pouco interessam a este inquérito. O principal, do século passado, segue as últimas sugestões do neoclássico. Os colaterais, modificados inteiramente, mostram ainda colunas torcidas e com pâmpanos. Os dos arcos dos flancos não passam de obras modestas.
As poucas esculturas antigas incluem-se na mediania comum. Há uma grande da Virgem com a Menino, do séc. XVIII, movimentada, repintada, que se deve destacar posto que obra corrente.
No sub-coro, um pano rectangular com o Calvário; a Virgem, o S. João e Madalena
em baixo-relevo, o Cristo independente. Obra curiosa mas de pequeno nível, do séc. XVIII.
No altar do flanco da esquerda, pequeno relevo, setecentista e de inferior categoria, com as costumadas Almas, tendo igualmente independente e posto acima um S. Miguel voando para a direita, em tipo fora do comum.

No terreiro fronteiro à igreja, um cruzeiro do género usual, de grandes braços, reformado.
Pelas reformas litúrgicas dos últimos tempos, houve modificações no interior que não vimos. Publica-se a sua descrição conforme a tínhamos encontrado.

LAGE
Capela de Stº António. Considerada hoje da povoação, foi particular, de casa tradicional que está substituída por uma de tipo corrente.
Datará da primeira metade do séc. XVIII. Limita-se a um pequeno rectângulo como de hábito em tais santuários, só destacada na frontaria pela composição ornamental da pedra de armas.
Pilastras de cantaria nas esquinas da frente, com pináculos tanto na frontaria como atrás, linha da empena vincada por molduras que enrolam nos arranques, sineirita no vértice, dois postigos com frontâozito triangular.
Porta de lintel, friso e cornija. Assenta nesta e enche o espaço até ao campanariozito
a ostentosa mas rude composição que encerra o escudo, feita de motivos de conchas e de
folhas mal interpretadas.
O escudo é partido: na primeira pala cinco estrelas por Tavares; na segunda cinco crescentes por Pintos; brica com um ramo; elmo para a esquerda; timbre da cabeça de cavalo enfreado, bastante desenvolvido, que é dos primeiros; paquife a envolver o escudo.
Acima do timbre, dentro de um quadrifólio, uma cruz de Cristo, ou por mero ornato ou por ser de quem possuía o hábito.
Interior desnudado. Janela à esquerda; à direita a antiga janela-tribuna familiar mas modificada.
Se houve altar antigo, desapareceu. Escultura de madeira de Stº António, do séc. XVIII, graciosa e comum. Independentes, dois pequenos rectângulos com relevos:
S.Caetano e Senhora da Assunção, do tipo seiscentista.

Nota sobre Fornos de Santa Maria da Feira
Do Inventário Artístico de Portugal Distrito de Aveiro
Zona Norte X Lisboa 1981
teixeirahache@gmail.com
ATM